A introdução dos primeiros alimentos é um momento crucial no desenvolvimento do bebê e uma preocupação frequente entre as mães. Requer atenção e precaução, já que a seleção dos alimentos e a maneira de oferecê-los podem influenciar a saúde e o bem-estar da criança.

Neste texto, abordaremos os aspectos essenciais da introdução alimentar, desde a idade adequada para iniciar o processo, quais cuidados devemos tomar durante ele e quais os alimentos mais indicados em cada fase do desenvolvimento do bebê.

Quando começar a introdução alimentar?

A introdução alimentar começa a partir dos seis meses de idade, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria. 

Nesse momento, novos alimentos são introduzidos além do leite materno, e a ingestão de água também é iniciada, pois a quantidade presente no leite não é suficiente para a hidratação do bebê.

É fundamental fornecer apenas água para o bebê, pois seu estômago é pequeno e um excesso de líquido pode prejudicar a absorção do leite. 

Não é recomendado oferecer chás ou sucos, prática que era comum no passado. O foco deve ser a introdução gradual de alimentos sólidos e a ingestão adequada de água.

Cuidados durante o processo

Alguns cuidados específicos devem ser tomados durante a introdução alimentar. É crucial esperar até os seis meses para iniciar a introdução de novos alimentos, pois o leite materno é o alimento mais completo e saudável para o bebê até essa idade. 

Assim, a criança terá um desenvolvimento adequado e receberá todos os nutrientes necessários para um crescimento saudável.

Participação da criança nas refeições em família

Permita que o bebê participe das refeições em família, mesmo que ainda não tenha começado a comer alimentos complementares. A partir dos 5 meses, inclua-o nas refeições, permitindo que observe as pessoas durante um almoço ou jantar, enquanto elas manipulam e comem os alimentos, despertando sua curiosidade.

Ambiente tranquilo e confortável

Certifique-se de que o local das refeições seja calmo e tranquilo, evitando associar a alimentação a brinquedos ou estímulos visuais, como televisão e tablets. Caso contrário, o bebê poderá se distrair e começar a depender desses estímulos para comer. 

A criança está aprendendo a comer e a se relacionar com os alimentos, portanto, sua atenção deve estar voltada para os alimentos e os utensílios de uma refeição, como colher, prato, copo, babador, entre outros.

Utilize a cadeira de alimentação

Sirva as refeições em um local apropriado, como uma cadeira de alimentação. Evite incentivar seu filho a comer sentado no sofá, no quarto ou em outros lugares inadequados, pois ele pode associar a alimentação a esses locais.

Coloque o alimento no campo visual da criança

Coloque o prato na frente do bebê, para que ele possa visualizar e interagir com o alimento. Se o prato estiver atrapalhando esse momento, você pode colocar o alimento diretamente na mesa, pois o mais importante é o bebê interagir com a comida.

Priorize alimentos em porções individualizadas

Evite fazer sopinhas com vários alimentos misturados, pois isso dificulta o aprendizado do bebê sobre o que está comendo. Ofereça cada alimento separadamente, para que ele possa diferenciar os sabores, cheiros e texturas.

Observe o seu bebê se alimentando

Observe os sinais que o seu bebê demonstra durante a refeição. Se ele estiver comendo bem e começar a virar o rosto, fechar os lábios, choramingar ou dar tapas na colher, talvez ele não queira mais o alimento oferecido. Respeite o bebê, mesmo que ele tenha comido pouco, e nunca o force ou obrigue a comer mais.

Caso o bebê não demonstre interesse em receber os alimentos pela colher e prefira usar as mãos, não há nenhum problema. Nunca o repreenda por querer tocar e interagir com a comida. Sempre permita que o bebê manipule, cheire e prove os alimentos. Essa exploração sensorial é necessária para promover um bom desenvolvimento na alimentação do bebê.

Respeite o ritmo de alimentação do seu bebê

Respeite a quantidade de comida que o seu bebê aceitou. Evite qualquer tentativa de forçá-lo a comer mais, pois isso pode criar uma associação negativa entre as refeições e o desconforto. O objetivo é promover o oposto, ou seja, queremos que eles aprendam que as refeições são momentos relaxantes, divertidos e agradáveis.

Alimentos não recomendados

Alguns alimentos devem ser evitados até os 2 anos de idade, como frituras, enlatados, salsichas, refrigerantes, café, salgadinhos, balas e açúcar adicionado.

O consumo de sal também deve ser evitado, sendo preferível usar temperos naturais, como salsinha e cebolinha, em pequenas quantidades. Além disso, é recomendável priorizar alimentos frescos e evitar os congelados e processados.

Principais desafios

Durante a introdução alimentar, é comum enfrentar desafios. O bebê pode estranhar as novas texturas e demonstrar resistência aos alimentos sólidos, já que estava acostumado apenas com líquidos. 

Nesse momento, é importante não se desesperar e ter paciência. A criança precisa de tempo para aprender a comer, e é recomendado oferecer um alimento pelo menos nove vezes, em diferentes momentos, antes de descartá-lo e concluir que o bebê não gosta dele.

O paladar da criança está em formação, e é natural que ela tenha preferências por certos alimentos.

Os pais têm o papel de preparar uma alimentação adequada e incentivar, mas nunca forçar a criança a comer.